Produtos químicos ou naturais?
Não quero químicos no meu corpo!
Hoje trago-vos um tema que está muito na moda quando as pessoas gostam de debater o alimento ou o suplemento saudável. Esse tema é quimiofobia, que se traduz na expressão “Não quero químicos no meu corpo”!
Para abordar este tema é crucial que toda a gente entenda que existe um princípio básico, que é uma premissa fundamental das ciências naturais: “Tudo é químico”. Não há margem para discussão deste tema… e quem não é da área das ciências pode não conhecer esta verdade, pelo que passo a explicar.
Um químico é alguma coisa composta por átomos e por ligações químicas.
Assim, tudo o que está à nossa volta, e por mais natural que seja, é uma substância química. Daí não fazer sentido nenhum afirmar, o que atualmente está muito em voga, que o natural significa que é bom e o que é químico é sinónimo de mau.
Não nos devemos deixar cair nestas armadilhas que parecem lógicas, mas que podem ser apenas uma mera estratégia de marketing.
Esta quimiofobia é muitas vezes inconsciente. Vou dar-vos um exemplo: se nos disserem que o nosso sumo natural que tomamos de manhã ao pequeno almoço tem E300, provavelmente entramos em pânico (porque os componentes E são muitas vezes rotulados genericamente de cancerígenos). Se, em vez disso, nos disserem que tem ácido ascórbico, pensamos 2 vezes em deitar o sumo fora (porque ácido pode “ser perigoso”, sabe mal e pode ser sinónimo de estragado). Mas, se nos disserem que tem vitamina C, já ficamos felizes da vida e pensamos que o nosso sumo tem um valor nutritivo muito alto, que somos muito saudáveis e que, a começar assim o dia, vai correr bem de certeza! No entanto, E300 é o ácido ascórbico, que é a vitamina C.
É importante desmistificar a ideia de que tudo o que é químico é mau e tudo o que é natural é bom.
De facto, existem substâncias químicas que são prejudiciais, tal como outras que são ótimas e substâncias naturais perigosas para a nossa saúde e outras que contribuem para um estilo de vida saudável. Mas preferir algo natural ao invés de químico apenas pela construção que fazemos à volta da palavra, não tem lógica nem fundamento.
Esta explicação também é válida para os cremes?
No início, todos os cremes e medicamentos, todos os fármacos, eram elaborados a partir de plantas ou animais – aprendi isto em Farmacognosia…mas houve aperfeiçoamento destes produtos com o conhecimento químico das substâncias ativas presentes nesses produtos. Continua a haver muita investigação e produção científica na área da cosmética partindo de princípios ativos naturais.
Deve ser por isso que muitas pessoas acreditam que os produtos naturais e orgânicos são melhores para a pele, mas a verdade é que esta crença não tem uma base factual nem legitimidade a nível científico.
Na realidade existem muitos ingredientes orgânicos naturais que fazem mal à pele!
Por outro lado, um produto que contenha ingredientes sintéticos, não o torna imediatamente um problema para a pele.
Ao dizer isto, não vos quero passar a ideia de que não existem ingredientes naturais que são excecionais para a pele, porque já se comprovou inúmeros benefícios de ingredientes naturais para a pele. Contudo, apesar de existir uma vasta lista de ingredientes naturais benéficos para os cuidados da pele, existem outra lista de ingredientes, também naturais, que se revelam prejudiciais e até problemáticos quando usados para tratar a pele.
Por isso, gosto de usar produtos de cosmética que tenham sido comprovados com testes válidos, de laboratórios de referência; só esses eu recomendo, sejam de origem natural ou sintética.
Os produtos do nosso site são todos dermatologicamente testados, vão lá espreitar!